A Iniquidade dos Amoritas / Amorreus: Babilônia, Og e os Anjos que Pecaram
Num artigo anterior dessa série, mencionamos um estranho comentário que Deus fez quando deu a Abraão um vislumbre do futuro:
Tu, porém, irás em paz para teus pais; em boa velhice serás sepultado. Na quarta geração, porém, voltarão para cá; porque a medida da iniquidade dos amorreus não está ainda cheia.
Gênesis 15:15-16
A pergunta óbvia que vem à mente: quem eram os amorreus, e por que o tempo do Êxodo está ligado à sua iniquidade? Qual era a iniquidade deles? O que eles poderiam ter feito de tão ruim que Deus fez disso um sinal à caminho do Apocalipse? Seja lá o que aconteceu, o mal do amorreus era lendário dentre os judeus:
Então o Senhor falou por intermédio de seus servos os profetas, dizendo: Porquanto Manassés, rei de Judá, cometeu estas abominações, fazendo pior do que tudo quanto fizeram os amorreus, que foram antes dele, e com os seus ídolos fez Judá também pecar; por isso assim diz o Senhor Deus de Israel: Eis que trago tais males sobre Jerusalém e Judá, que a qualquer deles ouvir lhe ficarão retinindo ambos os ouvidos.
2 Reis 21:10-12
Manassés foi o rei de Judá setecentos anos depois do Êxodo, aproximadamente 1.200 anos depois de Abraão ter sido chamado de Ura pela primeira vez, perto de Harran. Seja lá o que for que os amorreus fizeram, foi algo muito mal.
Os amorreus eram incrivelmente resilientes. Eles andavam por lá e dominaram por um grande tempo, uma parte do mundo onde as pessoas tem lutado umas com as outras desde os tempos de Ninrode. Eles eram pessoas que falavam o idioma semita que ocuparam quase que o Oriente Próximo inteiro durante a primeira metade do 2º milênio a.C. De acordo com a Bíblia, os amorreus descendiam do filho de Noé, Cam, e depois Canaã.
No entanto, mesmo sendo Cam considerado o progenitor de várias raças africanas, os artistas egípcios normalmente representam os amorreus com pele clara, cabelos claros e olhos azuis.
Os amorreus foram primeiramente mencionados nos escritos mesopotâmicos ao redor de 2.400 a.C., pouco antes de Sargon o Grande transformar a Acádia de uma cidade-estado num império. Eles eram conhecidos pelos sumérios moradores da cidade como os MAR.TU, considerando-os como selvagens, grosseiros e geralmente desagradáveis.
“Os MAR.TU, que não conheciam grãos… Os MAR.TU que não conheciam casas ou cidades, os sopés das montanhas… Os MAR.TU que escavam trufas… que não dobram seus joelhos (para cultivar a terra), que comem carne crua, que não tinham casa durante suas vidas, que não eram enterrados depois de mortos.”
Os estudiosos não chegaram a um consenso sobre de onde vieram os amorreus. Os textos Ebla se referem a um amorreu LU.GAL, ou rei, chamado Amuti, nos anos 2.300 a.C. O rei amorreu, MAR.TU, em sumério, parece ter tido seu centro na Síria, ao redor de Jebel Bishri, uma montanha no banco ocidental do Eufrates a 30 milhas oeste de Deir ez-Zor. O monte dos amorreus, chamado Basar naqueles dias, era o local de uma vitória militar liderada pelo rei acadiano Naram-Sin, neto de Sargon o Grande, sobre uma coalizão de amorreus liderada por Rish-Adad, o senhor de uma pequena cidade chamada Apishal.
Evidências descobertas por uma equipe de pesquisadores finlandeses, os quais começaram a trabalhar em Jebel Bishri no ano 2.000, indica que o principal centro urbano de MAR.TU no terceiro milênio a.C. era Tuttul, uma cidade no Eufrates perto da moderna cidade de Raqqa. Tuttul foi fundada no 26º Século a.C. e consagrada a Dagan, deus chefe do panteão local. Um segundo templo de Dagan foi construído depois em Terqa, ao sul de Tuttul no Eufrates a meio caminho de Mari, que era perto de onde o Eufrates cruzava a Síria até o Iraque.
Isso nos leva a uma pergunta maior: Qual era exatamente a religião dos amorreus? Será que ela pode nos dar uma luz de por que Yahweh os citou quando fez uma aliança com Abraão?
A julgar pelos nomes pessoais nos primeiros escritos, parece razoável pensar que ali existiam originalmente só dois deuses principais dos amorreus: o deus-lua, Ereah ou Yarikh (de onde Jericó, um centro da adoração ao deus-lua pegou seu nome), e “o” deus, El.
Isso deveria interessar a qualquer um que leia qualquer texto do Velho Testamento. Além de ser o nome do deus chefe do panteão cananeu, El foi um dos nomes que os profetas colocaram em Yahweh. Lembrem-se que El era o único nome pelo qual Yahweh era conhecido por Abraão, Isaque e Jacó. Isso é importante, pois eles viveram durante o período que os amorreus controlavam o Oriente Próximo.
Enquanto isso, o deus-lua, ainda não bem conhecido como Satanás, Ba’al ou Marduk, saboreava um bom tempo como um dos deuses mais influentes do Oriente Próximo. Depois da derrota em Jericó, Yarikh (Sin para os acadianos e Nanna para os sumérios) ressurgiu como deus chefe da Babilônia a aproximadamente mil anos depois sob seu último rei, Nabonidus (reinou de 556 a 539 a.C.). E vocês podem com certeza relacionar o fato do deus-lua hoje liderar o que pode se tornar a maior religião do planeta dentro dos próximos cinquenta anos.
No entanto, enquanto ganhavam controle político sobre as regiões previamente governadas pelos acadianos e sumérios depois de 2.000 a.C., os amorreus começaram a adotar os deuses dos seus conquistados. Um exemplo clássico é o chefe amorreu Samsi-Adad I. Seu pai, Ila-kabkabu (possivelmente “El é minha estrela”), foi o rei de Terqa. Depois de ter sido forçado a fugir para a Babilônia durante o reino de Naram-Sin da Acádia, Samsi-Adad eventualmente retornou para seu lar, venceu o sucessor de Naram-Sin, e se tornou o primeiro rei amorreu da Assíria.
Samsi-Adad, cujo nome incluía aquele do deus-tempestade de Aleppo, nomeou o filho que colocou no trono de Mari, cujo território fazia fronteira em Yamhar (Aleppo), Yasmah-Adad. O filho que governou a parte acadiana do seu reino foi chamado de Isme-Dagan. Ambos os nomes significam “(a deidade) ouve”, mas presumivelmente Adad e Dagan eram mais aceitáveis aos conquistados em suas respectivas partes do reino do que deuses amorreus como Ilu (El) ou Ereah (Yarikh).
Os amorreus, como depois os israelitas, eram subdivididos em tribos. Nos tempos de Abraão, os amorreus eram divididos em dois grupos principais: Os Binu Yamina (“filhos da mão direita”, ou sulistas) e os Binu Sim’al (“filhos da mão esquerda”, ou nortistas). A divisão parecia ser baseada num antigo acordo sobre os direitos de pastoreio: Os Bensimaleus pegaram suas heranças do triângulo do Rio Khabur no que é conhecido hoje como norte da Síria, enquanto os Benjamoneus pastoreavam seus rebanhos nos territórios de Yamhad (Aleppo), Qatna, perto da moderna Homs, e Amurru, as montanhas ao norte do Líbano até o sudeste de Ugarith.
Em algum tempo ao redor do final do terceiro milênio a.C., a dinastia suméria de Ur colapsou sob o peso das invasões das tribos dos amorreus e as invasões de Elam. O século que começou ao redor de 2.000 a.C. foi nebuloso, um período da história do qual provavelmente nunca decifraremos. Quando a fumaça se espalhou ao redor de 1.900 a.C., encontramos os amorreus governando quase todos os centros de poder da Mesopotâmia e do Levante. Eles iriam se espalhar de suas bases tradicionais nas estepes do norte da Síria e Iraque ao longe do Rio Jordão no sudoeste, sul da Turquia ao norte, e o mais longe ao sudeste como uma insignificante vila no Eufrates que em breve teria o maior papel na história do mundo: algo que ainda não havia acontecido.
Devido às suas associações com Jebel Bishri e as estepes da Síria, oeste da Suméria, a palavra Suméria para Amorreu, MAR.TU, se tornou um sinônimo para o eixo do ocidente, assim como a ligação hebraica entre o Monte Zaom e tsaphon, a norte. No entanto, havia outra área ocupada pelos amorreus. Ao nordeste da moderna Bagdá, ao redor do vale do Rio Diyala, uma trio amorreu chamada Tidnim, Tidnum ou Tidanum foi a maior fonte de problemas para os sumérios pelos menos desde o ano 2.800 a.C., quando a primeira menção de um “chefe” ou “encarregado” da tribo foi encontrado em Ur. (No entanto, um dos picos de Jebel Bishri era chamado de Jebel Diddi, ou Monte Diddi, que pode ter vindo de Didanum: o mesmo nome, transliteração diferente; de forma que a tribo pode ter tido uma história ali também.)
Os Tidnum do nordeste da Mesopotâmia eram tão problemáticos que os últimos reis sumérios de Ur construíram uma muralha de possivelmente 175 milhas de distância, do Eufrates até o Tigre e daí até um lugar ao longo de Diyala. O projeto foi chamado de bad mar-du muriq-tidnim, ou, “A muralha amorreu que mantém os Tidnum na baía”.
Ela pode ter sido mais um cercado do que uma Grande Muralha da China. As únicas menções do muro são os nomes do quarto e do quinto anos do reinado do rei Su-sins, e não existem menções dela dentre as pilhas de tábuas que descreveram os negócios do rei em Ur. No entanto, o que Su-sin fez foi estabelecer uma ligação entre os amorreus e os Tidanum. E isso é importante.
Independentemente de quem foram os Tidanum, eles eram claramente honrados, na verdade, venerados pelos seus descendentes. Baseado nos textos encontrados no antigo Oriente Próximo, os Tidanum eram os ancestrais das casas governantes do velho reino Assírio de Samsi-Adad, o velho império babilônico de Hammurabi o Grande, e os reis que governaram Ugarit até 1.200 a.C. Dois dos reis da linhagem de Hammurabi incluíam uma variante do nome da tribo com um elemento teofórico (Ammi-ditana e Samsu-ditana), indicando que os Tidanum, se não os deuses, eram pelo menos considerados como deuses pelos seus descendentes.
O nome Tidanum e suas variantes: Tidinu, Titinu, Tidnim, Didanum, Ditanu, Datnim, Datnam, têm uma conotação fortemente militar na antiga Mesopotâmia. Um texto de Ebla se refere a um oficial chamado Tidinu, chefe dos mercenários na corte de Ibrium, o poderoso vizir do rei Irkab-damu no 24º século a.C. Parece que alguns amorreus serviram a reis sumérios durante o final do terceiro milênio a.C. como soldados, e eles devem ter sido parte da guarda real em Ur para os réus Shulgi e Su-shin.
Mas os Tidanum também eram mostrados como inimigos dos sumérios junto com os Anshan (noroeste do Irã) por Shulgi, que governou Ur por pelo menos meio século ao redor de 2.100 a.C. Seu filho, Su-sin, marcou um dos anos de seu reinado como o ano no qual ele derrotou uma coalisão de Tidnum e Ya’madium rebeldes, outra tribo dos amorreus que viveram na Mesopotâmia oriental.
E quando Ur finalmente caiu ao redor de 2.004 a.C, os “Tidnumeus” foram um dos grupos culpados numa Lamentação Sobre a Destruição da Suméria e Ur:
“Em Ur, ninguém assumiu o comando dos alimentos, ninguém assumiu o comando da água,
Que que estava (formalmente) comandando os alimentos, ficava longe deles, e não prestava nenhuma atenção a eles, e quem estava (formalmente) comandando a água, ficava longe dela, não prestando atenção a ela.
Abaixo, os Elamitas estão no comando, o abate segue o seu acordar,
Acima, o povo Halma, os “homenas das montanhas”, tomam cativos,
Os Tidnumitas diariamente batem o bastão em seus lombos…”
Então qual é o significado dos Tidnum/Tidanu? Já chegaremos lá.
Depois da queda de Ur, as coisas mudaram rapidamente. Os estudiosos ainda debatem se as mudanças foram por causa das conquistas ou por assimilação gradual, mas dentro de uns cem anos mais ou menos, os amorreus tomaram o controle de todas as maiores entidades políticas desde Canaã até o sudeste da Mesopotâmia.
Uns cem anos depois disso, no início do 18º Século a.C., uma cidade-estado amorita que havia sido um pequeno assentamento no Eufrates desde 2.300 a.C., começou um crescimento incrível para se tornar uma potência dominante na Mesopotâmia: Babilônia. Ela se tornou tão influente que as pessoas do tempo de Isaque e Jacó até os dias de hoje têm chamado a região de Babilônia, ao invés de Suméria.
Esperem um pouco e raciocinem de volta em Gênesis 15:16: “A iniquidade dos amorreus ainda não está totalmente cheia”.
Agora entendam que a Babilônia, um sinônimo para pecado, depravação e malvadezas ocultas através da Bíblia, até mesmo nas profecias que ainda estão para serem cumpridas, foi fundada pelos amorreus.
Não existe uma etnicidade chamada “Babilônico”. Isso seria o mesmo que dizer que este escritor é um “chicagoano” (chicagoíta?) só porque nasceu em Chicago. Babilônia era só o nome de uma pequena vila liderada por um ambicioso chefe amorreu chamado Sumu-Abum. Ele e seus próximos poucos sucessores nunca ousaram chamar a si mesmos de “rei da Babilônia”, uma indicação do quão importante vinha isso em primeiro lugar. Isso aconteceu mais de cem anos antes de Hammurabi, o grande rei amorreu na história, fazer da Babilônia uma potência regional.
Como todas as cidades na Mesopotâmia, a vila de Babilônia tinha um deus patrono. Marduk foi um membro de segunda classe do panteão até que os amorreus elevaram a Babilônia à proeminência durante o 18º Século a.C. Na segunda metade do 2º milênio a.C., Marduk assumiu a posição mais alta do panteão Mesopotâmico, substituindo Enlil como o rei dos deuses.
As características primevas de Marduk são obscuras. Enquanto a Babilônia crescia em importância, o deus assumiu características de outros membros do panteão, especialmente Enlil e Ea (o nome acadiano para Enki). Marduk foi considerado o deus da água, vegetação, julgamento e magia. Ele era o filho de Ea e da deusa Damkina, e sua própria consorte foi Sarpaint, uma deusa mãe algumas vezes associada com o planeta Vênus e, sem nenhuma surpresa, à deusa Ishtar/Inanna.
Na época do Êxodo, a Babilônia havia sido a potência dominante na Mesopotâmia por aproximadamente trezentos anos. Ela orgulhosamente carregou a tradição dos ensinamentos do conhecimento antediluviano trazido à humanidade pelos apkallus, os quais, sendo os homens-peixe do abzu, presumivelmente haviam sido capazes de sobreviver ao dilúvio, ou por Gilgamesh, o qual é mencionado num selo cilíndrico como “o mestre dos apkallu”.
É claro que os hebreus, sob comando de Moisés, sabiam que o conhecimento dos apkallu/Sentinelas era proibido, segredos que os humanos não deveriam ter acesso. Essa foi a maior razão do aprisionamento dos Sentinelas, assim como seu pecado sexual com as mulheres humanas. E esse conhecimento foi orgulhosamente celebrado pelos reis amorreus e sacerdotes da Babilônia.
Trazendo isso de volta à conquista de Canaã: foi por isso que os reinos de Sihon de Heshbon e Og de Basã foram kherem. E é por isso que Moisés saiu de seu caminho para mostrar aos seus leitores a conexão entre os amorreus da Babilônia e os amorreus da Terra Prometida.
Como ele fez isso? Vocês já pararam para pensar por que Moisés se preocupou em incluir esse pequeno detalhe na sua narrativa da vitória sobre Ogue?
8Assim naquele tempo tomamos a terra da mão daqueles dois reis dos amorreus, que estavam além do Jordão, desde o rio Arnom até o monte Hermom 9(ao Hermom os sidônios chamam Siriom, e os amorreus chamam-lhe Senir) , 10todas as cidades do planalto, e todo o Gileade, e todo o Basã, até Salca e Edrei, cidades do reino de Ogue em Basã. 11Porque só Ogue, rei de Basã, ficou de resto dos refains; eis que o seu leito, um leito de ferro, não está porventura em Rabá dos amonitas? o seu comprimento é de nove côvados, e de quatro côvados a sua largura, segundo o côvado em uso.
Deuteronômio 3:8-11
Nove côvados por quatro côvados são 4,11 metros por 1,83 metros! Então Ogue era um gigante, certo? Bem… No, não necessariamente.
Sim, os Refaim estavam ligados aos Anaquim, os descendentes dos Nefilim. E a tradição diz que Ogue era realmente um sujeito grande. Mas não é isso que se deseja mostrar aqui. Moisés estava escrevendo para uma audiência que estava familiarizada com as infames práticas ocultistas da Bibilônia.
Todo ano na primeira lua nova depois do equinócio da primavera, a Babilônia comemorava um ano novo num festival chamado de akitu. Era uma celebração de doze dias do ciclo da regeneração, o início de uma nova temporada de plantio, e ela incluía uma comemoração da vitória de Marduk sobre Tiamat. Toda a celebração, sob a perspectiva de Yahweh, era um longo ritual para “os novos deuses que vieram recentemente” e envolvia todas o tipo de comportamento licencioso.
O clímax do festival era a União Divina ou Casamento Sagrado, onde Marduk e sua consorte, Sarpanit, se retiravam para a cama de culto dentro do Etemenanki, a Casa da Fundação do Céu e da Terra, o grande zigurate da Babilônia. Embora os estudiosos ainda debatem se o Casamento Sagrado era na verdade realizado pelo rei e uma sacerdotisa, isso não importava para Yahweh. A ideia de que uma colheita próspera no ano vindouro dependia da celebração ao governo sagrado de Marduk, era algo que O aborrecia.
Agora, aqui vai o ponto chave: O quão grande era a cama de Marduk?
“…nove côvados (de comprimento), quatro côvados (de largura), a cama; e o trono em frente à cama”.
Nove côvados por quatro côvados. Precisamente as mesmas dimensões da cama de Ogue. É por isso que Moisés incluiu esse curioso detalhe! Não era uma referência à altura de Ogue; Moisés estava certificando aos seus leitores para que entendessem que o rei amorreu Ogue, como os reis amorreus da Babilônia, realizava as tradições ocultistas pré-diluvianas trazidas à terra pelos Sentinelas.
E é por isso que Ogue e seu aliado Sihon foram kherem. Isso foi, como ainda é hoje, uma batalha espiritual.
Mas isso não é tudo: Ah não, tem muito mais a ser adicionado ao legado dos amorreus. Voltemos à nossa discussão daquela temida tribo, os Tidanu.
Um estudioso chamado Amar Annus fez uma incrível conexão em 1999 que passou bem desapercebida, especialmente pelos estudiosos da Bíblia. Várias casas reais amoritas, incluindo àquelas do velho reino da Babilônia, do velho reino Assírio e os reis de Ugarit, traçam seus ancestrais desde Dedan, cujos descendentes eram chamados de Didanu, Tidanum e suas variações.
De acordo com Annus, esses são os nomes dos quais os gregos derivaram sua palavra titanes: Os Titãs.
Será que a realeza amorita realmente acreditava que eram descendentes dos Titãs, os antigos deuses que planejaram sua rebelião contra Deus no Monte Hermon na escuridão do passado distante? Sim, parece que é por aí.
Dados as ligações estabelecidas entre os Amorreus / Amoritas, os Refaim / Nefilim, os Titãs / Sentinelas e o conhecimento pré-diluviano dos Sentinelas trazido de volta ao mundo pelos reino Amorita da Babilônia, essa especulação não é fruto apenas de uma imaginação fértil.
CONTINUA: DEUS X TITÃS