OS PRINCIPADOS E POTESTADES: MITOS DE ALIENÍGENAS SALVADORES
O fenômeno OVNI é variado, complexo, multidimensional e, acima de tudo, difícil de se analisar. Não importa no que você acredita, não podemos negar que o mito ufológico permeia a sociedade moderna. Ele sutilmente anima e guia a consciência da sociedade. Um mito é um conto que acredita-se ser verdade. Geralmente ele é sagrado, e aconteceu num passado distante, outro mundo, ou outras partes do mundo, recheado de atos heróicos, superhumanos ou seres não humanos. Nesse sentido, uma invasão alienígena já está acontecendo. O Psicanalista Bruno Bettelheim explica: “Mitos e contos de fadas existem para responder questões eternas: Como o mundo realmente é? Como devo viver minha vida nele? Quem eu realmente sou? Mitos respondem questões fundamentais em todo mundo. Logo, ao invés de ficarmos tentando explicar a tecnologia de propulsão de um disco voador, deveríamos nos concentrar em nos perguntarmos que tipo de visão do mundo isso acaba promovendo. Jaques Vallé já alertou: “Se os OVNIs estão atuando nos níveis míticos e espirituais, será quase impossível detectá-los por métodos convencionais.” É importante analisarmos como os mitos funcionam, de maneira que possamos ver como o fenômeno OVNI molda a opinião pública.
A histórias de OVNIs influenciam a sociedade de maneira sutil, mas importante. Os mitos com bases fatuais – fotografias e vídeo, efeitos físicos, dados de radares, sinais radioativos, impressões no solo, abduções com traumas físicos – não podem ser deixados de lado. Ainda assim, os elementos míticos predizem uma evolução futura, uma comunhão com nossos irmãos espaciais, e um salvador dos céus. Examinando esse impacto mitológico, talvez possamos discernir algo sobre o verdadeiro significado de tudo isso. De uma perspectiva literária e psicológica, o mito ufológico evoca símbolos psíquicos profundos em nosso subconsciente, influenciando nosso pensamento e a maneira como vemos o mundo. Uma gama de especialistas – Carl Jung, Jaques Vallé, Ted Peters e outros – reconhecem que o mito do salvador ugológico está moldando o homem moderno, independente do contato. Muitas pessoas que nunca viram um OVNI acreditam neles. Desse modo, o fenômeno espalha grande influência com uma exposição mínima. Após um breve exame do mito, sugerimos uma conexão entre Jaques Vallé e sua tese de controle de sistemas e a teologia bíblica para que possamos chegar a algumas conclusões.
Jung entendia os mitos como algo que preenchia uma lacuna deixada por uma falta de consenso entre os cristãos. Falando de secularização ele escreveu: “A idéia dominante de um mediador e deus que se tornou homem, depois de uma crença politeísta em nossas bases, está agora a ponto se se evaporar. Incontáveis milhões de cristãos têm perdido sua crença em um mediador real e vivente.” Ele argumenta que projetos seculares do homem em sua profundidade necessitam de um salvador e que o mito ufológico “tem um efeito sugestivo alto e crescente para o cumprimento dessa idéia, cujas características básicas têm sido repetidas incontáveis vezes.” Eles a enxergam como um substituto a Cristo. Não importa qual realidade subjacente existe por trás dos OVNIs, o mito está moldando a cultura e formando uma visão mundial. Entendemos que isso está sendo feito com propósito (design).
Em cima da análise de Jung, o teólogo luterano Ted Peters escreveu: “Sugiro que o estudo dos OVNIs têm a aparência de serem científicos mas, eles oferecem a oportunidade de discutirmos sentimentos religiosos em termos aparentemente científicos. Falemos disso em público ou não, muitos de nós crêem que a ciência é boa e a religião é má. Ciência é para as pessoas modernas e estudadas; religião é para as pessoas supersticiosas antigas”. Ele sugere que algumas pessoas vêem os alienígenas como diplomatas dos exploradores científicos, mas seu terceiro modelo de explicação, o “salvador celestial”, ressoa melhora com nossa hipótese. Esse modelo de salvador, comum em mensagens canalizadas na literatura mediúnica, é ensinada como sento uma projeção da Guerra Fria de medo. Peter escreve: “Ele ou ela é um messias de uma civilização “celestial” onde existe paz e não há mais guerras. Nesse modelo religioso, acreditamos que a razão dessa missão alienígena na terra seja para nos ajudar a atingirmos um nível utópico de existência que os alienígenas têm.” Da mesma maneira, os astrobiólogos e do SETI (Procura de Vida Extraterrestre) servem a essa necessidade religiosa tão quanto, ou até mais, que um cientista. E mais, existem evidências importantes de que os OVNIs não são alienígenas espaciais. Em 1990, Jaques Vallé publicou: “Cinco Argumentos contra a Origem Extraterrestre dos OVNIs” Five Arguments against the Extraterrestrial Origin of Unidentified Flying Objects, no The Journal of Scientific Exploration onde ele argumenta contra a explicação de alienígenas de origem espacial. Sua oposição é afastada por muitos ufólogos, que promovem Vallé como um “herético dentre os hereges”. Ele ainda diz da maneira humorística: “Ficaria desapontado se os OVNIs se mostrassem como nada mais nada menos do que naves espaciais.” Mas isso levanta a questão sobre o que ele acha que os OVNIs são…
Foi o The Invisible College (1975) que introduziu a hipótese de que os OVNIs são um componente trabalhando num “sistema de controle” direcionado a influenciar e incitar a cultura humana. Vallée conclui que o sistema de controle é como um termostato que controla a temperatura ambiente. Quando o ambiente fica muito quente, o ar condicionado é ligado, e quando ele esfria muito, o aquecedor é ativado. Nesse sentido, ele disserta que os OVNIs são um componente num sistema de controle que influencia a consciência e o credo humano. Isso não apenas explica o porquê deles serem evasivos e enganadores, mas mostra porque o fenômeno parece promover deliberadamente um nível de absurdo que foge ao conhecimento humano, pois a maioria das pessoas afastam a possibilidade desse assunto como sem sentido – algo que Vallée chama de “metalógico”.
Uma analogia que ajuda a entender melhor é a palavra “paradoxo”, quando significa afirmação, proposição, ou situação que parece ser absurda ou contraditória, mas na verdade quer se mostrar com um significado profundo e inexpressível na linguagem mundana. Por exemplo: se alguém te diz: “Eu sou um mentiroso compulsivo”, você acreditaria nele ou não? Outro exemplo engraçado é; “Ninguém vai naquele restaurante porque ele vive cheio.” Vallée faz uma analogia ao Budismo:
Por exemplo, no Zen Budismo, o iniciado deve lidar com tais conceitos como “o som de bater palmas com uma mão só” – uma noção aparentemente sem lógica que é projetada para quebrar com as maneiras ordinárias de se pensar. As ocorrências dessas mensagens “absurdas” nos casos dos OVNIs me trazem a idéia de que talvez estejamos lidando com um tipo de sistema de controle que está sutilmente manipulando a consciência dos humanos.
Dessa forma, a mesma informação sem sentido fica tento um propósito destrutivo.
Se você quer sobrepujar a inteligência e a igreja, se manter indetectável aos sistemas militares, deixar intocáveis os níveis políticos e administrativos da sociedade, e ao mesmo tempo se implantar profundamente dentro dessa sociedade sem deixar dúvidas sobre sua filosofia e princípios básicos, isso é exatamente como você deveria agir. Mas ao mesmo tempo é claro, tal processo deveria prover sua própria explicação para que a detecção de sua presença seja impossível. Em outras palavras, deveria projetar uma imagem muito além das crenças estruturais da sociedade alvo. Deveria perturbar e se reafirmar ao mesmo tempo, explorando tanto a credulidade dos fanáticos e a mente estreita dos duvidosos. Isso é exatamente o que o fenômeno OVNI faz.
O foco de explicação de tudo isso é enorme. Os entusiastas dos discos voadores aceitam quase todos os Fenômenos Aéreos Não Identificados como sendo alienígenas espaciais, e os duvidosos argumentarão que tudo aquilo tem uma explicação natural, sejam alucinações, insetos, gases atmosféricos. Isso reforça os OVNIs como tabu dentro da academia e previne investigações mais sérias. No entanto, na zona cinzenta no meio de tudo isso, existe um grande resultado em termos de manipulação na opinião mundial. O paradoxo metalógico é visível e palpável, queiram os duvidosos ou não, pois pesquisas indicam que 56% dos americanos acreditam que “de certa forma” ou “acho que sim”, essa vida inteligente existe em outras planetas, e até 48% achando que eles têm visitado a Terra. O mais intrigante é que , embora ele entenda que isso confirme a visão bíblica, ele qualifica sua posição dessa maneira:
Quando falo de sistema de controle para o planeta Terra, não quero que minhas palavras sejam mal interpretadas: não quero dizer que alguma ordem de seres superiores nos prenderam dentro de uma jaula no espaço, monitorada de perto por entidades mediúnicas as quais podemos chamar de anjos ou demônios. Não me proponho em redefinir Deus. O que quero que entendam é que a mitologia rege um nível de realidade em nossa sociedade em que ações políticas e intelectuais não tem poder real…Mitos definem um estado de coisas que estudiosos, políticos e cientistas podem pensar sobre. Eles são operados por símbolos, e a linguagem que esses símbolos formam constituem um sistema completo. Esse sistema é metalógico, mas não metafísico. Ele viola as leis, pois essa é a substância das quais as leis são feitas.
Achamos intrigante o fato de que ele reconhece essa interseção o bastante para sentir uma necessidade específica de se distanciar de uma redefinição da Deus e de dizer que anjos e demônios são seus perpetradores. Ele sugere uma plano obscuro para o engano da humanidade e documenta milhares de exemplos dentro de seu livro Messengers of Deception (1979). Acreditamos que motivação final disso é quebrar a visão mundial da Bíblia enquanto simultaneamente implementa uma nova, baseada no darwinismo e monismo panteístico. Isso é uma forma de idolatria espiritual, que coloca a criatura sobre o Criador (Romanos 1:23) e é amplamente promovida pelos poderes assim citados por Ted Peters:
Com a constante ameaça de uma destruição termonuclear depois da Segunda Guerra Mundial, nosso planeta foi deixado num estado de insegurança e ansiedade, e não é de se surpreender que muitos começaram a esperar por um messias para nos salvar. A santidade do céu e a necessidade de um salvador convergem e se unem quando um poderoso e brilhante OVNI corta o horizonte. Seria esse nosso salvador celestial?
Pois não lutamos contra a carne e sague, mas contra os principados, contras as potestades, contra as forças cósmicas da escuridão, contras as forças espirituais nos lugares celestiais. Efésios 6:12